20 abril 2014

A Feira de Maio de Azambuja

A Feira de Maio surgiu em consequência do protagonismo que o cavalo adquiriu nos últimos anos do século XIX, símbolo de uma nobreza de raça que se impunha oficialmente preservar.
Sabe­-se que data anterior a 1896, devido a existirem no Concelho de Azambuja algumas das melhores coudelarias a nível nacional, já havia em Azambuja a tradição de uma Feira de gado cavalar para o exército, embora os seus moldes organizativos não sejam muito esclarecedores, sendo-­lhe atribuída a designação de Feira de Gado e Remonta.
Enquanto a Feira de Outubro encerrava a época dos espectáculos tauromáquicos, a Feira de Maio ia ganhando protagonismo, superando em imaginação e dinâmica a sua congénere que terminou definitivamente nos finais dos anos 50, princípio dos anos 60 do século XX, devido ao facto do Município ter assumido a organização do evento.
Para compreender e contextualizar historicamente a «Feira de Maio» é necessário recuar aos últimos anos do século XIX, altura em os serviços pecuários nacionais ainda integram o Ministério das Obras Públicas, Agricultura e Comércio. Contudo havia assuntos que diziam respeito à raça cavalar que integravam simultaneamente a área do Exército, tutelado pelo Ministério da Guerra.
Contrariamente ao que se verifica hoje, o cavalo era revestido de uma importância ímpar no concerne ao quotidiano de então. O cavalo surgia como peça fundamental da organização militar, um companheiro da vida quotidiana, tanto no trabalho como no lazer, representando o símbolo de uma nobreza de raça que era necessário oficialmente proteger. Daí a necessidade de instituir em Azambuja um mercado de gado cavalar para o Exército, que ocorreu em 1896 e cuja imprensa local registou através do jornal «O Azambujense» de 9 de Abril de 1896. Em termos documentais surge­-nos ainda um documento impresso anterior datado de 1892 que anuncia uma «Escaramuça a Cavallo», organizada por gentes da Vila. Segundo o calendário oficial nacional dos mercados (remonta de gado cavalar para o exército), ficou estipulado que Azambuja se realizaria anualmente a 15 de Maio.
O 1º Mercado Geral de Gado e Remonta para o Exército teve a sua primeira época a 19 de Maio de 1901, conforme podemos constatar através do documento colocado na agenda. Este cartaz tornou­se para o Museu Municipal uma fonte documental de inesgotável valor. Através dele sabemos que a 19 de Maio de 1901 Azambuja teve a sua primeira Feira de Maio e que pelas quatro e meia da tarde foi inaugurada a Praça de Touros, onde foram lidados 10 touros oferecidos pelo Dr. Máximo Falcão. Como informação paralela sabemos que o cavaleiro principal foi Fernando de Oliveira, que o ingresso custava 100 réis e que o espectáculo foi abrilhantado pelas bandas de Alcoentre e Aveiras de Cima.
Salientamos ainda que este investimento só foi possível através da constituição de uma sociedade por acções, que administrava e geria a Praça de Touros, sendo a primeira direcção da comissão de accionistas integrada por três distintos membros da comunidade azambujense: António Jacinto da Motta Cabral, Paulo José Henriques Vidal e Jayme Arthur da Motta.
Após a primeira Feira de Maio com a inauguração da Praça de Touros de Azambuja em 1901, aparece­-nos outro momento alto que merece destaque: a visita oficial em 1907 dos príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel II para assistirem a uma corrida organizada e doada a Azambuja pelo «Real Club Tauromachico».
A ausência de documentação, remete­nos para a probabilidade de que a 1ª Grande Guerra (1914 – 1918) tenha tido algum efeito não tanto nas feiras anuais, mas nos eventos tauromáquicos, assim como a instabilidade durante o período da 1ª República até ao golpe de estado de 28 de Maio de 1926. Só em 1929 é que volta a aparecer documentação relativamente a dois espectáculos tauromáquicos realizados no Páteo do Paço e, a partir de 1934, o Páteo da Quinta do Valverde passa também a acolher espectáculos.
Para o espaço temporal compreendido entre 1944 e 1948, nem a tradicional divulgação nem a imprensa local, ou outra documentação, faz qualquer referência a feiras e eventos tauromáquicos, ficando a dúvida sobre qualquer realização. Se houve algum interregno temporal ou acidental, ele só se justifica pelo contexto histórico da guerra civil espanhola (1936 – 1939) e da II Guerra Mundial (1939 – 1945) que representaram tempos extremamente difíceis para quotidiano individual e colectivo.
Em 1948, a Feira de Maio volta a apresentar uma novidade: passou a designar­se «Feira­ Exposição» na qual a edilidade de Azambuja conferia «Diplomas de Honra» aos participantes. A década de 50 confirma a realização da Feira e Exposição de Gados, a par de outras novidades no campo organizativo e nos dos intervenientes, como também a Feira de Outubro que ia lentamente cedendo primazia à sua congénere, a Feira de Maio. Contudo, em 1956, a então «Feira­Exposição de Gados» passa a denominar­-se «Feira­Exposição Agro­Pecuária, Comercial, Industrial e Turística», cuja iniciativa parte da Câmara Municipal que em 1957 a regulamentou.
É na década 60 que a Feira de Maio se sistematiza nos moldes que a “memória” presente a conhece, com três grandes momentos de eleição: até 1965, 1967 e até aos anos 70.
Nos anos 60 começa­se a dar destaque às largadas ou «esperas» de touros em pontas, entre a Praça e a Rua Victor Córdon e a atribuição de três prémios «às janelas ou frentes que se encontrem melhor engalanadas». Na edição de 1965 é acrescentada a largada na tarde de segunda ­feira, juntando­-se assim às de Sábado e Domingo.
A 22 de Outubro de 1967 é inaugurada a nova Praça de Touros junto à Ribeira do Valverde, cuja organização é dos Bombeiros Voluntários de Azambuja. Mais tarde é adquirida uma Praça de Touros denominada portátil ou ambulante que se manteve com inumeros melhoramentos ao longo dos anos até à inauguração da actual Praça Dr. Ortigão Costa que foi inaugurada a 25 de Setembro de 2011. Esta praça tem 2300 lugares e tem todas as comodidades necessárias aos espectáculos tauromáquicos e outros.
"in Museu de Azambuja"



Numa parceria das empresas Paulo Pessoa de Carvalho e Ovação e Palmas aqui Vos informamos do Cartaz da Centenária Tradicional Feira de Maio em Azambuja.
Assim, a Sensacional Corrida de Toiros será dia 1 de Junho, Domingo pelas 17 horas e será de Homenagem ao Cavaleiro Rui Salvador , Figura Máxima da nossa Festa e comemora 30 Anos de Alternativa. Teremos um Concurso de Ganadarias com toiros de Prudêncio, Branco Núncio, Manuel Veiga, Jorge Carvalho, José Luis Vasconcelos e Sousa D´Andrade e D. Felicidade Dias que disputam os Troféus Municipio de Azambuja de Apresentação e Bravura. Os Forcados para o Troféu Junta de Freguesia de Azambuja serão os Grupos do Ribatejo, Azambuja e Arruda dos Vinhos.
Os Cavaleiros serão Rui Salvador ( 30 Anos de Alternativa sempre no Top), Paulo Jorge Santos( A nova Figura de Vila Franca) e Duarte Pinto ( Vencedor do Trofeu Melhor Lide em 2013).
Certos de que é um cartaz de competição com toiros de emoção os bilhetes estarão à venda a parti do dia 1 de maio nos locais habituais e com preços desde 10,00 euros com reservas pelo numero 91 4094038.
Junto enviamos texto com pequeno historial da Centenária Feira de Maio em Azambuja.
Estamos ainda a estudar hipóteses de outros espectáculos para Maio Mês da Cultura Tauromáquica.

Com os nossos melhores cumprimentos

Paulo Pessoa de Carvalho
Ovação e Palmas